Título original: Edward Scissorhands
Ano: 1990
Diretor: Tim Burton

Quem nasceu nos anos 80 e não teve a infância marcada por este filme? Ver Edward Mãos de Tesoura na “sessão da tarde” gerava em mim os mais diversos sentimentos. Eu era muito criança para perceber todos os aspectos do filme, mas já conseguia observar algo muito importante nesta história: tudo que é diferente amedronta as pessoas.

Agora mais velho, me sensibilizo ainda mais com o filme.

Edward vivia isolado em seu castelo escuro e sombrio, cultuando um estilão gótico sem nem saber disso. Do nada, ele se vê no meio do lado “alegre” da cidade, onde tudo é colorido e cada coisa está no lugar certo.

É impressionante como as pessoas são volúveis. Num momento, todos admiram Edward pela sua excentricidade e pela habilidade que ele possui em utilizar as mãos de tesoura para criar verdadeiras obras de arte em arbustos, cortar cabelo e tosar cachorros. Pouco tempo depois, esses que o admiravam passam a querer arrancar as tripas do rapaz. É a intolerância com o diferente. Ele nem tem chances de explicar o que de fato aconteceu. Edward é tachado de crimonoso por ser um cara inocente e de bom coração.

Tim Burton cria uma história que tem de tudo um pouco: romance, humor, ficção, poesia e lágrimas.

O filme não daria certo não fosse por Johnny Depp. Considero este o melhor trabalho da carreira dele. Não é para menos. A composição do personagem é perfeita. Em vários momentos ele se atém a pequenos detalhes que são essenciais para conhecermos sua personalidade. Em poucos minutos já admiramos e torcemos para que Edward se dê bem no mundo “real”, mesmo sabendo que o mundo “real” não está pronto para dar boas-vindas sinceras a um cara como ele.

Nota: 8