O melhor momento que tive com Star Trek foi neste A Terra Desconhecida, o que não deixa de ser surpreendente, afinal o filme mais adorado pelos fãs é disparado o segundo, A Ira de Khan.
Aqui os Klingons são vítimas de um ataque mortal cuja culpa recai sobre os tripulantes da Enterprise, mais especificamente no capitão Kirk e no Dr. McCoy. Eles são julgados pelos klingons, sendo mandados a uma prisão em uma terra gelada, que nos remete aos gulags siberianos. Enquanto os dois tentam sobreviver ao ambiente hostil, Spock inicia investigações para descobrir o verdadeiro culpado do ataque.
Em um ritmo dos mais agradáveis, o filme emprega bastante tempo nas investigações de Spock e no julgamento de Kirk e McCoy no tribunal klingon. Não faltam boas doses de mistério, jogos políticos e conspirações. O elenco é extremamente sólido, principalmente pelas presenças de Cristopher Plummer como o vilão que cita Shakespeare e de Kim Cattrall. Aliás, o filme é cheio de referências histórias e culturais, desde Shakespeare, Julio Verne (o nome da prisão é extraído do livro 20.000 Léguas Submarinas), Hitler, Sherlock Holmes, até uma óbvia alegoria da Guerra Fria.
Os efeitos especiais de qualidade também não poderiam ficar de fora. O melhor exemplo nesse sentido é uma sequência espetacular com a gravidade ausente, logo no início. O humor também se faz presente, ficando principalmente a cargo de Spock e sua peculiar maneira de ver o mundo através da lógica.
Há quem reclame do desfecho, mas acredito que ele apresenta reviravoltas interessantes, cujas pistas nós podemos ver desde as primeiras cenas.
Como curiosidade, A Terra Desconhecida marca o fim de uma geração com a saída do Capitão Kirk do comando da Enterprise.
8/10