Autor: Joaquim Manoel de Macedo
Ano: 1884

Joaquim Manoel de Macedo estava no quinto ano da faculdade de medicina quando escreveu este livro. Como ele mesmo nos avisa no prefácio, escreveu sem pretensão alguma. O que ele queria era ocupar o tempo ocioso das férias da faculdade. O fato é que o livro deu muito certo e tornou Joaquim M. de Macedo extremamente famoso, fazendo-o largar a profissão de médico para se dedicar às letras e também à política. A Moreninha foi publicado em folhetim, portanto os cápitulos são curtos, ágeis e geralmente terminam com um certo suspense para o leitor continuar acompanhando. É considerada a primeira obra de romance urbano no Brasil. É um livro feito para o deleite da burguesia da época. Ele celebra vários valores burgueses, por isso fez tanto sucesso. A história, se formos analisar hoje em dia, é muito clichê. Augusto e alguns amigos vão passar um final de semana numa ilha e lá ele faz uma aposta com um deles. Se Augusto ficar apaixonado pela mesma mulher por mais de 15 dias ele deve escrever um livro sobre isso. Augusto é um tipo de pegador da época, extremamente volúvel nos seus relacionamentos. É uma aposta fácil. Quer dizer, seria se ele não conhecesse D. Carolina, obviamente, a Moreninha do título. Claro, é um livro bem datado, mas não deixa de ser divertido acompanhar como eram inocentes e cheios de formalidades os relacionamentos de outrora.

Joaquim M. de Macedo gozou de extrema popularidade, mas nunca evoluiu. Os críticos literários não poupam críticas nesse sentido. Todos os seus próximos livros foram pequenas alterações do seu primeiro. Sua fama começou a decair com a chegada de Machado de Assis e José de Alencar, mas ele é um autor lembrado até os dias de hoje, inclusive no vestibular!