Título original: A Single Man
Ano: 2009
Diretor: Tom Ford

Tom Ford é conhecido pelo seu trabalho no mundo da moda, sendo considerado um dos estilistas mais famosos dos Estados Unidos.  A estreia dele como diretor de cinema não poderia ser mais promissora com este fantástico Direito de Amar. O filme nos apresenta a George Falconer (Colin Firth) no dia em que ele decide dar um fim a própria vida. Ele teve um relacionamento de 16 anos com Jim, mas um acidente de carro tirou a vida deste e levou George a um profundo estado depressivo. “Acordar pela manhã dói”, nos informa George numa narração em off.

O clima triste do filme é realçado pelo espetacular trabalho técnico de Tom Ford, do diretor de fotografia Eduard Grau e pela trilha sonora marcante de Abel Korzeniowski. É um trabalho técnico arduamente lapidado e que pode ser considerado exagerado por alguns. Particularmente, não vejo problemas em exagerar na qualidade. Mais do que requinte técnico, o filme tem alma e graças a Colin Firth, que oferece o seu melhor trabalho até aqui. Ele transmite toda a tristeza do personagem com os olhos e com o tom de voz, algo difícil de se ver hoje em dia. Somos expectadores de um dia na vida de George, um dia sombrio, afinal ele decide se matar, mas há espaço para reconsiderações. A maneira como ele se envolve com as pequenas coisas é algo de extrema beleza, como quando ele acaricia um fox terrier, lembrando-se dos cães que teve em conjunto com Jim.

A mudança na tonalidade das cores quando estes momentos de prazer acontecem foi uma ótima sacada de Tom Ford e Eduard Grau. Falando assim parece não ser muito sutil, mas garanto que é muito eficiente e tocante. Direito de Amar é capaz de proporcionar reflexões sobre a vida e a morte de uma maneira poderosa. O final irônico pode dividir opiniões e até o momento não consegui decidir se gostei ou não. O fato é que estamos diante de um dos melhores filmes do ano.


Nota: 8

– bruno knott