Assistir a Super 8 me fez lembrar daquelas tardes ociosas dos anos 90, nas quais você almoçava com tranquilidade, jogava um video-game e torcia para que um bom filme passasse na sessão da tarde. Quem não gostava de ver e rever Os Goonies, Conta Comigo e ET? Este novo trabalho de J.J. Abrams tem um ar nostálgico que agrada, além de ser uma clara homenagem ao cinema de Spielberg. A história de Super 8 é das mais simples quando aborda o gênero da ficção científica, mas se destaca pela nostalgia e por investir no relacionamento dos seus personagens principais: as crianças que querem fazer um filme de zumbis. O acidente de trem é filmado de uma maneira exagerada, mas é justamente por isso que é tão marcante. A partir daí um ar de conspiração toma conta, com a óbvia presença dos militares pela cidade, que querem esconder alguma coisa importante da população. Ainda sobra espaço para um conflito entre pai e filho, algo comum na filmografia do Spielberg e também para bons momentos de humor que fazem referência àquela época, como o uso dos walkman e o próprio filme de zumbis feito pelas crianças, que provavelmente foi inspirado pelos primeiros trabalhos de George Romero. Pode ter faltado uma narrativa mais interessante e um cuidado maior com o lado da ficção, mas é sempre agradável ver um filme que te faz lembrar de coisas boas que não voltam mais.
7/10